A gestão de conflitos em obras é uma etapa essencial para garantir a continuidade, a qualidade e a aceitação dos empreendimentos de engenharia. Conforme explica Ricardo Chimirri Candia, o sucesso de um projeto não depende apenas da técnica e dos recursos disponíveis, mas também da capacidade de prevenir e resolver impasses com agilidade e equilíbrio. Obras públicas e privadas estão sujeitas a interrupções causadas por divergências contratuais, falhas de comunicação, impactos ambientais ou resistência social.
A ausência de um plano de mediação pode gerar paralisações, elevação de custos e comprometimento da imagem institucional. Integrar práticas de mediação ao planejamento é uma medida inteligente que fortalece a governança do projeto e favorece o engajamento de todos os envolvidos. Saiba mais sobre o assunto a seguir:
Gestão de conflitos em obras: prevenção e gestão integrada
No ambiente da engenharia, os conflitos técnicos surgem geralmente de falhas na compatibilização de projetos, divergência na interpretação de normas ou impasses sobre cronogramas e pagamentos. Muitas dessas situações poderiam ser evitadas com uma fase de planejamento mais rigorosa e com contratos que definam claramente responsabilidades e critérios de execução. De acordo com Ricardo Chimirri Candia, a utilização de tecnologias como o BIM, contribui significativamente para reduzir falhas e disputas ao longo da obra.

Além do aspecto tecnológico, é essencial contar com uma equipe técnica capacitada em mediação e análise de riscos. A presença de comitês técnicos de arbitragem dentro do canteiro de obras permite decisões mais rápidas e imparciais. Esses fóruns devem atuar preventivamente, promovendo reuniões periódicas, registrando decisões e antecipando potenciais pontos de conflito. Com isso, evita-se a judicialização dos problemas e preserva-se o andamento da obra dentro dos parâmetros estabelecidos.
Relação com a comunidade e licenciamento social
Conflitos com comunidades do entorno são especialmente comuns em obras urbanas ou em áreas sensíveis do ponto de vista ambiental e social. Ruídos, interdições, alteração da paisagem e desapropriações podem gerar tensões que comprometem o progresso das atividades. Como destaca o engenheiro Ricardo Chimirri Candia, estabelecer uma política de licenciamento social é essencial para conquistar o apoio da população e reduzir a oposição a intervenções de grande impacto.
Nesse sentido, a mediação comunitária exige uma abordagem sensível, com escuta ativa e comunicação acessível. A criação de canais formais de diálogo, como ouvidorias, reuniões de acompanhamento e comitês de bairro, permite que a comunidade se sinta ouvida e respeitada. Além disso, medidas compensatórias como a contratação de mão de obra local ou investimentos em infraestrutura comunitária ajudam a construir uma imagem positiva do projeto.
Métodos de mediação e soluções colaborativas
Para além da prevenção, é importante que as obras contem com métodos formais de resolução de conflitos, como mediação, arbitragem e painéis de disputa (Dispute Boards). Esses mecanismos permitem resolver divergências com agilidade e menor custo, evitando a paralisação das atividades e a sobrecarga do Judiciário. Segundo o engenheiro concursado desde 1990, Ricardo Chimirri Candia, a adoção desses instrumentos já é uma realidade em obras de grande porte e tende a se expandir em toda a cadeia produtiva.
A mediação, em particular, tem se mostrado eficaz por sua flexibilidade e foco na solução consensual. Ao reunir as partes envolvidas em ambiente neutro, com apoio de um mediador técnico, é possível encontrar alternativas viáveis sem romper relações contratuais. A cultura da mediação também fortalece a confiança entre contratante, contratada, equipe técnica e stakeholders externos. Trata-se de um investimento em governança que traz retornos em eficiência, economia e credibilidade institucional.
Em suma, a gestão de conflitos em obras precisa ser tratada como parte do planejamento estratégico, e não como uma resposta improvisada diante de crises. Incorporar práticas preventivas, investir em diálogo técnico e comunitário e utilizar métodos estruturados de mediação são atitudes que preservam a continuidade e a reputação do projeto. Como frisa Ricardo Chimirri Candia, obras bem-sucedidas são aquelas que integram competência técnica e responsabilidade social desde a concepção até a entrega final.
Autor: Halika Mercuto